Não sei se me estou a exceder na
quantidade de artigos publicados sobre Londres, ou se já perceberam que esta é
realmente uma cidade que me deixa louca, uma cidade com a qual eu me identifico
bastante, não pela parte do louca, obviamente (embora os meus amigos possam
pensar que sim) mas porque esta cidade é um sem fim mesmo.
Tem tantos recantos, monumentos e histórias
para contar que, quando as minhas mãos tocam as teclas do meu computador portátil
sinto que não consigo parar e que a minha imaginação começa a trabalhar com uma
fluidez tão natural que nem sempre existe.
Assim sendo, e achando que nunca está
de mais escrever para aqueles que querem ler, decidi escrever um quarto dia de
passeio pela cidade de Londres, querem vir passear comigo?
Vamos começar este passeio pelo Jardim
Botânico de Kew Gardens, que fica localizado pela zona de Richmond. Para lá
chegarem podem utilizar a linha verde do metro e sair na estação de Kew
Gardens, mas atenção com esta linha, porque, ela divide em duas direções
distintas na estação de Earls Court.
Os Jardins Botânico
de Kew Gardens são um
complexo extenso de jardins prestigiados que combinam entre arvoredos, estufas,
flores e monumentos situados num vasto parque entre a zona de Kew e de Richmond,
a sudoeste de Londres.
Estes jardins tiveram origem nos jardins exóticos que
foram mandados construir a mando do Lord Capel de Twekensbury, e mais tarde
ampliados por iniciativa da princesa Augusta, a viúva de Frederico de Gales.
Em 1840 os jardins foram dedicados principalmente à
investigação cientifica e tecnológica, tendo sido considerados desta maneira como
Jardins Botânicos Nacionais, atingindo uma capacidade de 109 hectares, sendo
posteriormente alargados até aos 120 hectares que hoje podemos conhecer.
A Palm House, uma estufa construída ao estilo vitoriano
onde o clima tropical predomina no seu interior, juntamente com uma coleção
única de plantas tropicais de várias partes do planeta.
Na Waterlily House encontrarão um ambiente mais húmido
e cálido, onde podem disfrutar dos nenúfares gigantes e das flores de loto se o
visitarem especialmente nos meses de Verão.
O Treetop Walkway é uma espécie de ponte que vos
permite caminhar durante 18 metros por cima da copa das árvores e disfrutar das
vistas impressionantes que vos esperam.
Para completar a vossa visita ao Kew gardens não devem
perder os jardins de Bambu, os jardins Mediterrâneos, a porta Japonesa, o
conservatório do príncipe de Gales, o templo do Rei Guilhermo, o Queen’s Garden
e o Rhododendron Dell são alguns dos complexos que tornam esta visita a Londres
muito mais completa e imprescindível.
Depois podem voltar a apanhar a linha verde do metro e
sair na estação de Earls Court.
Desde este ponto teremos de caminhar cerca de 10
minutos até encontrar o nosso próximo ponto, o cemitério de Brompton, e, embora
possam achar um pouco bizarra a visita a um cemitério, eu acho que deve ser incluída
nesta rota de 4 dias pois faz parte da cultura, e além disso, os cemitérios em
Londres são tudo menos mórbidos.
Aqui abunda uma grande vegetação, a fauna e a flora
estão presentes em cada recanto deste sitio e encontrarão ainda túmulos
espetaculares e alguns nomes famosos.
Este cemitério foi o cenário gótico escolhido para as gravações
do filme de Sherlock Holmes no ano de 2009 e está aberto desde 1840.
Podemos cruzar todo o cemitério e sair no ponto oposto
ao que entramos, para visitar o legendário Estádio de futebol do Chelsea que se
encontra a cerca de 10 minutos a caminhar.
O estádio do Chelsea que se encontra numa zona com o
mesmo nome é um dos estádios mais conhecidos e que atrai anualmente os mais
aficionados para verem um jogo, o museu ou apenas para darem uma vista de olhos
ao interior do pavilhão.
Foi fundado em 1904 quando o empresário Henry Augustus
Mears teve a brilhante ideia de construir este estádio em londres, cidade esta
que, naqueles tempos ainda não tinha uma equipa de primeira divisão.
Embora a princípio fossem pensados muitos nomes para
darem início a esta nova equipa que representaria a cidade, acabaram por chegar
a uma conclusão por unanimidade a 10 de Março de 1905 e o nome escolhido foi o
que conhecemos atualmente.
O clube foi subindo e ganhando uma história e um
carinho especial por parte dos Londrinenses e de outros aficionados ao futebol
e, em 2003, o clube foi comprado por Roman Abramovich.
Com o tempo foi ganhando também vários treinadores e
jogadores que acabaram por deixar ali a sua marca e fazer carreira.
Falamos de nomes prestigiados como José Mourinho,
Claudio Ranieri, Avram Grant, Luis Filipe Scolari, Guus Hiddink, Ancelotti e
André Villas-Boas, ex-treinador do Porto.
Espero que não tenham gastado todo o vosso dinheiro em
lembranças no estádio porque agora vou levá-los a ver algo realmente
impressionante, o centro comercial dos milionários como eu costumo chamar-lhe,
o Harrods.
Para lá chegarem é muito simples, basta apanhar o
autocarro número 414 que vai em direção a Maida Hill em Chelsea Village (Stop U)
e sair 25 minutos depois, em Harrods (Stop KB).
Este é um dos centros comerciais mais luxuosos do mundo,
que data de 1834 quando Charles Henry Harrod abriu uma pequena loja de comida
que se foi ampliando com o passar dos anos mediante a aquisição de novas lojas
e casas em redor.
O incêndio que se propagou em 1883 fez com que este
espaço caísse, o que fez gerar uma reconstrução do edifício a uma escala maior.
Atualmente este grande império conta já com 330 lojas
de roupa, calçado, perfumerias, electrodomésticos, malas e comida que pertence
ao egípcio Mohamed Al Fayed, e os seus interiores oferecem uma decoração de
luxo com estátuas, fontes e salas decoradas com diferentes temas, entre os
quais se destacam algumas esfinges egípcias.
Este é um dos melhores sítios para esvaziar a
carteira, ou simplesmente ficar de olhos arregalados e a mente a trabalhar e a
imaginar o que se poderia comprar com o valor de uma simples carteira de senhora,
ou um daqueles relógio de homem tão atrativos que nunca chegaremos a adquirir
em toda a nossa vida.
Bem, poderiam haver coisas piores na vida, e o facto
que podermos presenciar e ver com os nossos próprios olhos estas lojas tão bem
cuidadas enquanto estamos de férias pela capital britânica já não é mau de
todo, por isso e só para terminarmos a nossa rota por Londres vou levá-los a um
sitio meio escondido, e acabaram por se esquecer que nesta cidade onde
predomina o stress e a correria, a falta de tempo e o acumular de trabalho também
existem lugares mágicos que nos fazem sentir tranquilos e relaxados.
Vamos até ao Kyoto Gardens, um jardim Japonês que se
encontra no meio do Holland Park.
Para lá chegarem utilizaremos de novo o autocarro, e
se tiverem a sorte de ir no andar de cima as vistas que esta rota vos oferece
são de se aproveitar.
Podemos apanhar o autocarro 9 ou 10 que vão em direção
a Hammersmith na paragem Knightsbridge Barrack (Stop KF) e saímos em Sheffiels
Terrace (Stop X) em frente ao Design Museum.
Quando conheci este lugar foi por mero acaso do
destino. Tinha resolvido dar um passeio pelo Holland Park para me abstrair de
uma semana de trabalho intensa e quando dei por mim estava perdida de amores
com tudo o que via à minha frente.
Este jardim consegue juntar o Zin e o Zen e fazer-nos
transportar para outra dimensão onde tudo parece funcionar na perfeição
dando-nos a entender que a harmonia depende unicamente de nós e da maneira como
encaramos a vida e olhamos para os nossos problemas, por isso, eu resolvi olhar
para aquele lugar de uma maneira positiva
Digamos que aquele sitio foi a parte positiva de toda
uma semana negativa que incluía stress, trabalho até às orelhas e muitas
saudades de casa.
A sua decoração é completamente japonesa, tem bonsais
e cerejeiras espalhadas por todo o jardim e uma cascada de água que termina num
lago onde habitam carpas grandes e coloridas que se aproximam das margens em
busca de comida.
O som melodioso das águas, o chilrear afinado dos pássaros
e o silencio humano aprazível daquele lugar fez-me por fim chegar à conclusão
de que em Londres se pode, não só encontrar tudo o que ansiamos como também
descobrir cosas novas em cada passeio.
E desta maneira filosófica termino o meu roteiro de
quatro dias por Londres, espero que tenham gostado.
Não se esqueçam de deixar os vossos comentários e
dúvidas. Terei todo o gosto em poder ajudar.
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