Coimbra, Portugal

By Isabel Pinto - novembro 08, 2018


Coimbra, a cidade romântica, que nos traz à memória a trágica história de Pedro e Inês que nos fizeram suspirar de amor lembrando o século...
Coimbra a cidade que veste de negro, honrando todos os nossos jovens universitários que anualmente se formam com alegria nos mais diversos cursos, dando início a uma nova etapa das suas vidas.
Coimbra é uma cidade pequena que merece um destaque na minha caixinha de cidades a visitar no país que me viu nascer e por isso decidi escrever um artigo com alguns dos pontos a visitar durante uma rápida passagem pela cidade.
 
Decidi começar o meu dia bem cedo e percorrer alguns dos pontos mais importantes do outro lado do rio primeiro, na freguesia de Santa Clara.
Se tiverem carro aconselho-vos a visitar o Mosteiro de Sta. Clara-a-Nova que fica situado no alto da colina e o convento de São Francisco, este convento foi concebido originalmente para acolher os monges franciscanos desde 1609 até à sua extinção. Atualmente, recebeu obras de restauro e é utilizado como espaço para desenvolver a atividade cultural.
No caso de que a vossa passagem por Coimbra seja reduzida, podem evitar estes dois pontos turísticos.
No entanto, não devem, de maneira nenhuma saltar a nossa próxima paragem, a Quinta das Lágrimas, cheia de história e um encanto natural. A maioria dos turistas visitam-na pela famosa Fonte dos Amores, conhecida pela lenda romântica de Pedro e Inês. A história de amor trágica conta que Pedro tentou ficar com Inês contra tudo e contra todos até ao dia em que o rei D. Afonso IV a mandou assassinar, durante uma viagem de caça de Pedro I para acabar com o problema. Se visitarem este lugar poderão ver que no fundo da fonte existe uma mancha vermelha, aparentemente são uns fungos que crescem unicamente naquele lugar, mas a lenda conta que aquela cor se deve ás lágrimas derramadas por Inês pelo seu príncipe.
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Não muito longe existe o Portugal dos pequeninos, um dos sítios mais caricatos e apreciados, não só pelos miúdos, mas também pelos graúdos onde podemos ver maquetes de tamanho reduzido de alguns dos monumentos e das casas típicas de diferentes regiões do nosso país.
E antes de cruzarmos a ponte podem ainda dar um saltinho às ruinas do Mosteiro de Sta. Clara-a-Velha, dedicado à rainha Santa Isabel foi o primeiro mosteiro a ser construído em Coimbra, no entanto, com as constantes inundações do rio Mondego, o mosteiro teve que entrar em reabilitações e o rei decidiu mais tarde mandar construir o Mosteiro de Sta. Clara-a-Nova.

Cruzamos então agora a ponte para o outro lado e podemos ver uma estátua construída em homenagem ao escritor Miguel Torga do lado direito.
Em frente, existe uma praça central, é a praça que dá início a uma das ruas principais do centro da cidade, a rua Ferreira Borges.
Numa dos primeiros espaços comerciais desta rua encontrarão a pastelaria Briosa, normalmente não gosto de mencionar nenhum restaurante, bar ou cafetaria, no entanto, este é um dos sítios onde devem provar a confeitaria típica de Coimbra, Tentúgal e Aveiro.

Caminhando pela calçada Portuguesa, pelas ruas estreitas daquela cidade universitária, aquela cidade onde, em cada esquina, em cada beco e em cada praça se pode escutar o som da desgarrada daqueles jovens vestidos de preto, protegidos pelas capas negras cheia de emblemas.
Coimbra é simplesmente linda, e se caminharem por esta rua adentro vão encontrar alguns dos vestígios dos tempos em que os reis reinavam e conquistavam e lutavam por cada pedaço de terra Lusa.
Como prova disso temos a Porta de Barbacã e a Porta e torre de Almedina que antes faziam parte da defesa da cidade, atualmente esta torre está coberta por motivos religiosos.

Mais à frente podemos encontrar o mosteiro de Sta. Cruz, situada na zona de Santa Cruz, fundada em 1131 pela ordem dos Cónegos e apoiada pelo rei D. Afonso IV ao estilo românico.
A ordem dos Cônegos foi uma das mais importantes escolas religiosas durante aquela época medieval, fazendo-se destacar alguns dos seus alunos como Fernando Martins de Bulhões, o futuro Santo António de Lisboa.

E não muito longe existe o Jardim da Manga, situado na baixa de Coimbra, este monumento renascentista cuja escultura é da autoria de João de Ruão, foi mandado construir por D. João III em 1533 fruto de um projeto pensado minuciosamente. Conta a lenda gerada pelo povo que, numa das visitas do rei ao mosteiro de Sta. Clara ele se deparou com um espaço amplio desaproveitado e esboçou não manga do seu gibão um claustro e um jardim circundante que mandou mais tarde executar. Nele estavam representados, simbolicamente os elementos decorativos da religião cristã, evocando a fonte da vida no meio do paraíso, onde irradiavam os quatro rios para os quatro pontos cardeais.
A construção que nos é apresentada neste local foi tudo o que restou desse projeto, construída apenas por uma cúpula e quatro pequenas capelas ligadas pela fonte central.
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Preparados para subir as ruas estreitas de Coimbra?
Preparados para contar degraus e ver a construção da Sé Nova de Coimbra?
Então bora, vamos caminhar um pouco mais porque o dia ainda agora começou e Coimbra ainda tem muitos edifícios monumentais e importantes para serem descobertos.
A Sé nova, como acabei de mencionar fica localizada num dos pontos mais altos da cidade, construída em 1598, e transformada em catedral no ano de 1772, foi instalada na antiga igreja do colégio de jesuítas das Onze Mil Virgens.
O seu interior amplo e centro único está preenchido com uma sepultura de madeira iluminada pela luz de uma lanterna.

Desde este ponto, podem decidir rotas alternativas, uma delas engloba uma visita às redondezas de Coimbra, passando pelo Jardim da Sereia, um recanto verdejante da cidade com a fonte do Nogal, composto pelas estátuas de um tritão e um golfinho que são os atrativos deste espaço para quem deseja descansar e aproveitar um pouco a natureza. Passando em seguida pelo penedo da saúde e o Jardim Botânico que ocupa uma parte considerável dos fundamentos do Colégio de São Bento.
À saída podem vislumbrar o Aqueduto de São Sebastião, situado na calçada Martim de Freitas, em frente à Universidade de Coimbra, o nosso próximo ponto.


Se quiserem evitar caminhar tanto e dar tantas voltas, podem fazer um roteiro alternativo tal como tinha mencionado, evitando os três últimos pontos turísticos.          
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A universidade de Coimbra é um dos edifícios mais simbólicos da cidade, não só por atrair centenas de estudantes como também por fazer com que esta cidade se destaque de qualquer outra do país pela sua história e cultura a nível litúrgico.


A Universidade de Coimbra é não só a mais antiga do país como também uma das mais antigas do mundo, criada por D. Dinis em 1290 após este ter assinado o Scientiae Thesaurus Mirabilis, um documento que deu origem ao Estudo Geral, reconhecido pelo Papa Nicolau IV.
Esta Universidade começou a funcionar em Lisboa, sendo mais tarde, em 1537 transferida para Coimbra por ordem do rei João III, e tornando-se desta maneira na cidade Universitária.
No século XX iniciou-se a criação do Pólo II dedicado às engenharias e tecnologias, mais tarde, já tinham operacional um terceiro Pólo dedicado às ciências da saúde e hoje em dia a Universidade de Coimbra conta já com oito Faculdades e mais de 22 mil alunos, celebrando no ano de 2015, os seus 725 anos de uma herança histórica incontornável.

Estudar na Universidade de Coimbra é dar continuidade à história da matriz intelectual do país, que formou as mais destacadas personalidades da cultura, da ciência e da política nacional.

Nela podem ter acesso à Porta férrea, podem ver a Via Latina, o Paço das escolas e ainda a Prisão Académica.

Para terminar o nosso roteiro de Coimbra, deixei a Sé velha de Coimbra como último ponto turístico.
Última, mas não menos importante, esta catedral foi fundada durante o reinado de D. Afonso Henriques e representa na sua monumentalidade a grandeza austera da arquitetura românica, sendo a única construção da época da reconquista a chegar intacta até à atualidade.
Depois de atravessarmos o magnifico portal que faz lembrar a entrada de uma fortaleza podemos descobrir o seu interior, onde a luz e as sobras nos levam por entre colunas maciças e janelas repletas de delicadas folhas e figuras de animais.
Esta obra de João de Ruão foi esculpida como um gigantesco retábulo em pedra, albergando peças escultóricas de delicada beleza.
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Se ainda tiverem tempo e quiserem aproveitar o fim da tarde e dar início à noite podem descer a famosa rua do Quebra Costas, que, para além de ter um encanto natural os levará também ao centro da cidade onde podem encontrar alguns bares e restaurantes para jantarem, e se visitarem Coimbra durante os meses de Maio e Junho, encontrarão toda a cidade em festa devido às semanas académicas e às celebrações que os estudantes realizam diariamente para festejar o fim de ano letivo para eles.

Quem visita Coimbra leva boas recordações no coração com certeza, se não for mais uma caminhada pela típica calçada, o encanto das ruelas estreitas, os altos edifícios renovados e pintadas de branco, o som de um violino, o canto de um grupo de tunas...
Coimbra, a nossa cidade universitária, a cidade dos nossos meninos, a cidade das conquistas, das luzes, das cores e dos deliciosos sabores.

Coimbra ontem, Coimbra hoje, Coimbra sempre.

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