História de Pedro e Inês, Coimbra

By Isabel Pinto - novembro 17, 2018

Quem é que nunca ouviu falar na trágica história de amor entre Pedro e Inês?

Coimbra, tem como imagem de fundo um dos mais bonitos cenários do tempo das conquistas que acabaram por seduzir os nossos corações e suspirar de amor por esta história que se assemelha à trágica história de Romeu e Julieta de Shakespeare.

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D. Pedro, o legitimo herdeiro ao trono e filho do rei D. Afonso IV apaixonou-se incontrolavelmente por Inês de Castro, a dama de companhia da sua mulher, D. Constança Emanuel, pertencente à nobreza de Castela.
Inês de Castro era uma jovem Galega, fidalga, e descendente de família real por via bastarda, tinha uma beleza única e quando chegou a Portugal, não só causou um grande impacto na corte como também no coração do Infante que ficou perdido de amores por ela.
Um romance que tinha tudo para dar errado à partida, mas que nem por isso deixou de acontecer, um romance que marcou Portugal e a sua história.

Apesar do seu casamento, o Infante marcava encontros românticos às escondidas com Inês nos jardins da Quinta das Lágrimas e quando a sua mulher faleceu após dar à luz, o seu único filho em 1345, D. Pedro sentiu-se livre, passando a viver oficialmente com a sua amada, o que acabou por afrontar não só o rei D. Afonso IV, seu pai que os condenava de forma iminente como também a reprovação de todos os membros da corte e do povo.
Diz-se, no entanto, que o casal teria casado em segredo e que Inês era a legitima esposa de Pedro.

Durante anos, Pedro e Inês viveram nos Paços de Santa Clara em Coimbra junto ao rio Mondego com os seus três filhos, no entanto, a censura à união de ambos ia crescendo consideravelmente e a influência que os irmãos de Inês pareciam ter sobre D. Pedro e o perigo dos descontentes bastardos do casal tomarem o lugar do herdeiro assustaram o rei, que, pressionado por todos acabou por mandar assassinar Inês de Castro em Janeiro de 1355 durante uma escapada de caça do seu amado.

Diz-se que esta terá sido degolada e apunhalada em frente dos seus filhos que imploraram misericórdia de maneira desesperada aos assassinos do rei.

Conta a lenda que Inês foi morta na Quinta das Lágrimas em Coimbra e que a cor vermelha que podemos observar nas pedras da Fonte dos Amores são marcas do sangue vertido por ela.
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A morte da sua amada deixou D. Pedro devastado, furioso e louco de dor, incitando-o a liderar uma revolta contra o rei, que terá sido intercedido pela sua mãe que apelava pela paz entre os dois, no entanto, mais tarde, quando o seu pai faleceu e ele finalmente subiu ao trono em 1357 D. Pedro mandou prender e torturar os assassinos de Inês, infringindo-lhes uma morte macabra ao arrancar-lhes o coração pela frente e pelas costas o que lhe valeu o cognome de o Cruel.

Aclamando Inês como rainha de Portugal, D. Pedro terá exumado o corpo da amada, vestindo-a com um dos seus melhores vestidos, coroando-a e obrigando a nobreza a beijar-lhe a mão, mesmo depois de morta.

Inicialmente, Dona Inês foi sepultada no convento de Sta. Clara, em Coimbra, no entanto, D. Pedro ordenou que fosse construído um túmulo merecedor da sua realeza e o corpo dos dois amantes foi transladado para o Mosteiro de Alcobaça em Abril de 1360.
Estes túmulos construídos tão detalhadamente e ao estilo gótico são uma representação realística do amor que sentiam um pelo outro e foram predispostos um em frente do outro, para que, desta maneira o rei pudesse descansar para sempre ao lado da sua eterna amada.
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 E assim ficou imortalizada em pedra a mais arrebatadora história de amor que marcou Portugal.

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