Quem é
que nunca ouviu falar na trágica história de amor entre Pedro e Inês?
Coimbra,
tem como imagem de fundo um dos mais bonitos cenários do tempo das conquistas
que acabaram por seduzir os nossos corações e suspirar de amor por esta
história que se assemelha à trágica história de Romeu e Julieta de Shakespeare.
D.
Pedro, o legitimo herdeiro ao trono e filho do rei D. Afonso IV apaixonou-se
incontrolavelmente por Inês de Castro, a dama de companhia da sua mulher, D.
Constança Emanuel, pertencente à nobreza de Castela.
Inês de
Castro era uma jovem Galega, fidalga, e descendente de família real por via
bastarda, tinha uma beleza única e quando chegou a Portugal, não só causou um
grande impacto na corte como também no coração do Infante que ficou perdido de
amores por ela.
Um
romance que tinha tudo para dar errado à partida, mas que nem por isso deixou
de acontecer, um romance que marcou Portugal e a sua história.
Apesar
do seu casamento, o Infante marcava encontros românticos às escondidas com Inês
nos jardins da Quinta das Lágrimas e quando a sua mulher faleceu após dar à
luz, o seu único filho em 1345, D. Pedro sentiu-se livre, passando a viver
oficialmente com a sua amada, o que acabou por afrontar não só o rei D. Afonso
IV, seu pai que os condenava de forma iminente como também a reprovação de
todos os membros da corte e do povo.
Diz-se,
no entanto, que o casal teria casado em segredo e que Inês era a legitima
esposa de Pedro.
Durante
anos, Pedro e Inês viveram nos Paços de Santa Clara em Coimbra junto ao rio Mondego
com os seus três filhos, no entanto, a censura à união de ambos ia crescendo
consideravelmente e a influência que os irmãos de Inês pareciam ter sobre D. Pedro
e o perigo dos descontentes bastardos do casal tomarem o lugar do herdeiro
assustaram o rei, que, pressionado por todos acabou por mandar assassinar Inês
de Castro em Janeiro de 1355 durante uma escapada de caça do seu amado.
Diz-se
que esta terá sido degolada e apunhalada em frente dos seus filhos que
imploraram misericórdia de maneira desesperada aos assassinos do rei.
Conta a
lenda que Inês foi morta na Quinta das Lágrimas em Coimbra e que a cor vermelha
que podemos observar nas pedras da Fonte dos Amores são marcas do sangue
vertido por ela.
A morte
da sua amada deixou D. Pedro devastado, furioso e louco de dor, incitando-o a
liderar uma revolta contra o rei, que terá sido intercedido pela sua mãe que
apelava pela paz entre os dois, no entanto, mais tarde, quando o seu pai
faleceu e ele finalmente subiu ao trono em 1357 D. Pedro mandou prender e
torturar os assassinos de Inês, infringindo-lhes uma morte macabra ao arrancar-lhes
o coração pela frente e pelas costas o que lhe valeu o cognome de o Cruel.
Aclamando
Inês como rainha de Portugal, D. Pedro terá exumado o corpo da amada,
vestindo-a com um dos seus melhores vestidos, coroando-a e obrigando a nobreza
a beijar-lhe a mão, mesmo depois de morta.
Inicialmente,
Dona Inês foi sepultada no convento de Sta. Clara, em Coimbra, no entanto, D.
Pedro ordenou que fosse construído um túmulo merecedor da sua realeza e o corpo
dos dois amantes foi transladado para o Mosteiro de Alcobaça em Abril de 1360.
Estes
túmulos construídos tão detalhadamente e ao estilo gótico são uma representação
realística do amor que sentiam um pelo outro e foram predispostos um em frente
do outro, para que, desta maneira o rei pudesse descansar para sempre ao lado
da sua eterna amada.
E assim
ficou imortalizada em pedra a mais arrebatadora história de amor que marcou Portugal.
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