Escócia está dividida em duas partes, as
Slowlands, ou terras baixas e as Highlands, as terras altas.
Em pouco mais de 3/4 do país
encontramos as montanhas e as Highlands que não são cultivadas devido a que
quase tudo ali são formações vulcânicas onde se podem ver perfeitamente os socalcos
por onde a lava descia antigamente.
Durante a minha estadia pela Escócia, decidi
fazer um tour com a companhia Viajar por Escócia que fez com que me sentisse
completa a nível de cultura e informações sobre este maravilhoso país. Já para
não falar das incríveis paisagens a que fomos submetidos durante aqueles 500 km
de estrada. Este tour começou em Edimburgo, sobre as 8:30h da manhã e terminou
no mesmo local sobre as 21h da noite. Terminei esgotada, não vos vou mentir,
mas valeu a pena.
A nossa guia turística passou a viagem toda a
transmitir-nos informações valiosas e sábias sobre um pouco de tudo onde
abordava alguns temas como a vegetação que se apresentava diante dos nossos
olhos, as skylands, sobre a política e o estado em que se encontra atualmente
este pequeno país. Falou-nos da história e das guerras que foram travadas entre
os escoceses e os ingleses e como esta disputa influenciou o crescimento do país.
E ainda tivemos tempo para fazer um pequeno
cruzeiro pelo misterioso Lago Ness, mas, infelizmente não nos foi possível avistar
a pequena grande lenda deste local! O monstro Ness.
Neste tour aprendi que as
Slowlands são onde podemos encontrar os terrenos férteis e que nestes terrenos
são cultivadas plantações de cereais, e imaginem vocês qual é a utilidade destes
cereais? Para fazer whisky pois claro.
Este whisky foi inicialmente produzido com
malte, no entanto a partir do século XVIII as destilarias começaram a
comercializá-lo com trigo e centeio.
Estes whiskies podem dividir-se em cinco
categorias, Single Malt, Single Grain, Blended Malt, Blended e Blended Grain e todos eles sofrem um
envelhecimento em barris de carvalho durante pelo menos 3 anos.
Para além do whisky, a história da Escócia
traz-nos ainda uma tradição muito antiga, a de os homens usarem saia. Mas esta
não é uma saia qualquer, é na realidade um Kilt, uma peça de roupa que faz
parte da sua identidade!
A origem do Kilt remonta ao século XV, na região
das terras altas da Escócia, ali, os habitantes da zona utilizavam esta peça
feita com tecido de tartã, um tecido que hoje conhecemos pelos seus quadrados
escoceses e cujas cores se podiam obter de forma natural, a partir de plantas e
de raízes.
Antigamente era conhecida como Feileadh Mor e tinha cerca de 5 metros
de comprimento. Era colocada à volta da cintura de igual modo que o kilt, no
entanto, o tecido que sobrava, era colocado em cima dos ombros adaptando-se
desta maneira às condições climatéricas.
Hoje em dia este traje ainda é utilizado, mas
apenas para eventos desportivos ou para dias de festa.
Algumas destas tradições foram passadas de
geração em geração e trazidas pelos antigos clãs que viviam nas Highlands.
Os Clãs são estruturas familiares que apresentam
ideais de valorização da identidade local e da lealdade, assim como um senso de
união e proteção.
Na luta do povo escocês contra o domínio inglês,
durante o levantamento Jacobita, são citados alguns clãs ao longo da história
como os Mackay, os Mackenzies, os Macdonalds, os MacFrasers
e os MacCamerons.
O sistema de clã era o principal sistema político na Escócia, até a batalha de Culloden em 1746, quando a rebelião jacobita foi esmagada pelas tropas reais do Rei George II. Durante essa batalha os tartãs dos kilts eram tão parecidos, que só se identificavam os Highlanders ao lado do governo pela cor dos emblemas nas suas tocas - vermelho ou amarelo para o governo e o white cockade para os Jacobitas.
O idioma falado pelos clãs era o gaélico escocês,
e agora, passados centenas de anos está a introduzir-se outra vez nas escolas
de maneira a que os costumes e as tradições não se percam.
Durante este tour e caso decidam
vocês também fazê-lo poderão ver a beleza das montanhas das Highlands e
identificar certamente alguns dos filmes que foram realizados nestes cenários adônicos
como por exemplo Skyfalls de James
Bond ou Braveheart interpretado por Mel Gibson.
À medida que vão subindo e descendo estas
montanhas o cenário adopta uma tonalidade diferente que varia entre amarelos e
verdes, castanhos e vermelhos. E se em alguns recantos encontramos lagos e planícies
cobertas por uma erva fina e delicada, que no outono fica seca e amarela,
noutros recantos podemos encontrar um vasto pinhal onde estas árvores crescem
de maneira rápida, buscando os escassos raios de sol que teimam em aparecer de
vez em quando.
Estes pinheiros não têm uma raiz muito profunda e por isso interligam as finas raízes estre eles, para poder assim sobreviver
às fortes rajadas de vento durante os meses frios de inverno.
Nestas paisagens, podemos ainda ver pequenas
bolinhas brancas ao longe. São ovelhas, pois na Escócia existem cerca de 7 milhões e meio de animais
desta espécie e são na realidade todas ovelhas. Não existem muitos carneiros! E
vocês perguntam:
- Se esta informação está correta, como é que
nascem novas ovelhas? São clonadas como a Dolly? Não, na realidade todas as ovelhas
adultas são inseminadas, e dão em média cerca de 2 crias durante os meses de Primavera. Depois são deixadas à solta para crescerem e alimentarem-se livremente
até que atingem a idade adulta e o resultado final já sabem qual é, uma vez que
a gastronomia escocesa depende sobretudo da carne de ovelha e de vaca.
Para além das ovelhas, podemos ainda encontrar
outros animais nestas pradarias e montanhas como o veado vermelho, as vacas
peludas, as águias, os esquilos e os póneis de Shetland, que se podem distinguir
pela sua estatura pequena.
O lobo, era um dos animais que também habitava
estas montanhas, no entanto, e com o passar dos anos, este animal foi extinto e
os habitantes decidiram não o voltar a reintroduzir nestas terras, já sabem porque
não é?
Por último e sem querer alargar-me muito sobre
as informações deste tour, vou falar-lhes um pouco do lago mais famoso de todo
o mundo. O lago Ness.
Este lago ficou famoso porque um casal de
turistas alemães dizem ter avistado um monstro parecido a um dinossauro com barbatanas
segundo a sua descrição durante o verão do ano de 1930.
Em 1933 saiu uma foto que até
então se pensou ser real, no entanto, não o era e desencadeou uma busca que levou
a científicos a virem de várias partes do mundo para procurarem algum indicio da existência
deste monstro com sondas e submarinos nos 54 km quadrados deste lago.
Profundidade de 221 metros.
Em 2019 decidiram fazer várias
analises da água a diferentes níveis de profundidades e em Setembro obtiveram
os resultados de que não existia ADN de nenhum animal pré-histórico, no
entanto, descobriram que estes 221 metros de profundidade escondem animais
marítimos gigantes.
Caso decidam fazer este tour ou algum outro
sobre os castelos, sobre o Harry Potter ou sobre alguma outra parte da Escócia,
aconselho-os a fazerem com esta companhia: https://viajarporescocia.com/
Direção: 3 Old Fishmarket Cl, Hight St Edinburgh
EH1 1RW.
0 Comments